sábado, 3 de março de 2012

Que Lugar é este mesmo?





Valiosa tem sido a leitura da Bíblia sempre, através dos anos, meses, semanas e dias de minha vida. Costumo fazer de maneiras diferentes sempre. Este ano além de fazer meu devocional, também com o calendário anual, sendo a leitura do velho testamento concomitante com a do novo.  E confesso, no momento mais do velho para sair do período mosaico e adentrar logo na diáspora, por preferência pessoal.
Mas não tenho a mesma pressa no novo testamento, e gosto de saborear os evangelhos.
É difícil manter a disciplina, pois invariavelmente me surpreendo relendo o texto do dia anterior, pois vou prestando mais atenção a detalhes e corro sempre o risco de atrasar meu plano de ação.
Seguindo os passos do Mestre, incomparável sempre, vou procurando compreender mais sua maneira de pensar e viver.
Encantanda...aperto os olhos mesmo cansados e vou em frente com a leitura que a todo instante, revela detalhes . Enquanto lutamos sempre de maneira teimosa a adentrar no deserto, assim como fez o povo de Israel, vejo Jesus sendo levado pelo Espírito para o deserto.
Não vejo medo, objeção ou indagações de porquês e hesitação em sua ação, simplesmente aceita ser levado:
“Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do rio Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto. Ali ele foi tentado pelo Diabo durante quarenta dias. Nesse tempo todo Ele não comeu nada e depois sentiu fome.” Lc 4:1 a 3.
Invariavelmente depois de sermos abastecidos espiritualmente como estava Jesus, cheio do Espírito, somos levados a determinadas situações que podem ser comparadas a aridez do deserto. O modo como agimos neste período são determinantes para as escolhas que faremos a partir de então. Decisões, relacionamento, atitudes que nortearão nosso caminho e traçarão nossa rota; haverá o antes e o depois, colheremos as consequências destas escolhas que desencadearão acontecimentos relevantes. Jesus sabia disto e muito bem.
Sempre tentamos abortar esta ideia, mas não podemos impedir o Espírito de nos conduzir ao deserto, assim como o próprio Jesus não pode. Jesus não disse ao Pai, não preciso ir ao deserto, por ser simplesmente Jesus o Cristo; antes levado sem medo, objeções, indagações e hesitação!Bem parecido conosco não é mesmo? Nem em nosso maior sonho!
Evidente que nos parecemos mais com aquele povo no deserto, sendo apenas sinceros, é ou não é?
Mas não quero aprender assim! Quero aprender com o exemplo do meu Mestre, seguindo as suas marcas, vejo claramente que diante deste momento, Ele entrou Jesus carpinteiro no deserto, o que aceitou voluntariamente ser o Messias e saiu dali sendo nosso redentor, sendo o Cristo, o salvador que venceu o mundo!
Foi determinante! Ele em plena consciência de que este momento mudaria completamente a história não apenas de sua vida,transforma a aridez do deserto em oásis no preâmbulo que seria sua maior batalha com o Diabo que culminou no calvário.
Não foi nada fácil! Mas Ele transformou a dificuldade na oportunidade de triunfar diante dos medos, das tentações, da mentira, dor,calor agonizante, do poder de barganha, da fome, frio,solidão, da noite escura, do dia causticante, da angústia,da traição dos nossos sentidos, da contrariedade dos pensamentos e venceu a natureza humana que todos possuímos.
Impossível não perceber o valor deste momento! Temos que parar tudo e prestar atenção nos detalhes, não apenas correr os olhos, mas nos identificar com este momento e permitindo germinar em nós a semente lançada no deserto e florescer a importância do confronto no deserto para produzirmos os frutos que Jesus ali plantou.
Temos pressa...ansiedade de tanta coisa que nos impede de avançar no período de nossa aridez. Queremos sair a todo custo do momento e acabamos encerrados nele sem bússola e muitas vezes, condenados a morrer no deserto que é necessário e indispensável para gerar vida!
A semente para germinar tem que morrer.
Oásis só existe no deserto.
Quando Jesus saiu daquele deserto, saiu vencedor sobre o diabo, o pecado, a morte, a cruz, o inferno e determinando a salvação para todos nós!