Nossas atitudes são respostas de experiências que vivemos mesmo uma criança ainda em processo de aprendizagem, percebe tudo a sua volta e guarda as impressões das vivências em sua memória.
A primeira vez que meu bebê tomou uma vacina foi tão marcante que registrou o lugar na memória. Em quinze dias voltamos para outra dose; quando entramos na clínica pediátrica, imediatamente o Guilherme começou a chorar, lembrou que ali tomou uma agulhada. Usou a única defesa que dispunha um choro forte sem constrangimento. Cena esta que repetiu várias vezes, e doeu tanto, que só de falar em médico, entra em pânico, cura imediata, mesmo sendo hoje um adolescente...rs.
Ninguém gosta de sentir dor.
Da mesma maneira, sofrimento, incompreensão, solidão, perdas, fracassos, deixam profundas marcas. Sempre é difícil recomeçar. Muitos vivem anos a fio depressivos, num cárcere emocional Dantesco, num círculo vicioso: ansiedade, medo, depressão, pânico, frustração, insônia, apatia, insegurança, stress, angústia, a lista é interminável.
As dores emocionais e doenças psicológicas foram e são grandes inimigos que nos rondam. Indistintamente a ricos, pobres, doutores e ignorantes, mestres, aprendizes, jovens, velhos, homens e mulheres.
Não se envergonhe, não estamos sós! A vida é uma jornada surpreendente e fatalmente sofreremos. Importante é recomeçar!
Andando junto a Cristo, vou observando em suas atitudes o interesse em promover este evento.
Ressurreto sua missão é novamente juntar seus discípulos e ensiná-los a recomeçar.
Todos estavam perplexos, atônitos e sem norte. O que fazer agora? Deixaram tudo por seu mestre. É realmente uma situação difícil, principalmente porque parece um pesadelo infinito, dias e noites de terror, medo, solidão e frustração. Todos indistintamente estigmatizados pela sociedade os reconheciam como discípulos de Cristo, o crucificado!
A situação é constrangedora, embaraçosa. Pedro ainda sente o sabor das lágrimas que rolaram amarguradamente ainda há pouco. Ainda ouve o canto do galo. Sua mente está presa aos acontecimentos recentes, as marcas estão vivas e dilaceram mente, corpo e alma. Como eu talvez tenha pensado: tá estressado? Vá pescar!
Pedro volta a reunir-se silenciosamente com seus amigos de barco, pesca e andanças. Juntos, cúmplices, parceiros, podem aos poucos ensaiar um recomeço, mas por onde?
Quantas vezes é assim conosco, não é mesmo? Por onde? Não há sinalização para retomarmos o caminho perdido, o tempo, o relacionamento, a vida!
Estavam juntos Simão Pedro; Tomé, chamado Dídimo; Natanael, de Caná da Galiléia; os filhos de Zebedeu; e dois outros discípulos.
"Vou pescar", disse-lhes Simão Pedro. E eles disseram: "Nós vamos com você". Eles foram e entraram no barco, mas naquela noite não pegaram nada.
Durante muito tempo a tentativa é a única opção que temos, acertos e erros, serão conseqüência, não resta alternativa.
Mas neste contexto cinza, nublado; há a esperança. Acredito que os olhares que trocavam falavam mais do que palavras, que provavelmente evitavam. Estamos falando de homens e não mulheres... rs. O comportamento masculino é assim, me corrijam amigos se estiver errada.Mulheres certamente não iriam parar de falar e conjecturar, obviamente.
Inesperadamente, algo ocorre:
Ao amanhecer, Jesus estava na praia, mas os discípulos não o reconheceram.
Ele lhes perguntou: "Filhos, vocês têm algo para comer?” "Não", responderam eles.
Ele disse: "Lancem a rede do lado direito do barco e vocês encontrarão". Eles a lançaram, e não conseguia recolher a rede, tal era a quantidade de peixes.
O discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: "É o Senhor!” Simão Pedro, ouvindo-o dizer isso, vestiu a capa, pois a havia tirado, e lançou-se ao mar.
Os outros discípulos vieram no barco, arrastando a rede cheia de peixes, pois estavam apenas a cerca de noventa metros da praia.
Quando desembarcaram, vira ali uma fogueira, peixe sobre brasas, e um pouco de pão.
Disse-lhes Jesus: "Tragam alguns dos peixes que acabaram de pescar".
Simão Pedro entrou no barco e arrastou a rede para a praia. Ela estava cheia: tinha cento e cinqüenta e três grandes peixes. Embora houvesse tantos peixes, a rede não se rompeu.
Jesus lhes disse: "Venham comer". Nenhum dos discípulos tinha coragem de lhe perguntar: "Quem és tu?” Sabiam que era o Senhor.
Jesus aproximou-se, tomou o pão e o deu a eles, fazendo o mesmo com o peixe.
Esta foi à terceira vez que Jesus apareceu aos seus discípulos, depois que ressuscitou dos mortos.
Momento inexplicável, porque Jesus é inexplicável! Imprevisível, incomparável!
Faltam palavras para descrevê-lo, elas fogem ou são simples demais para expressá-lo.
Mas seu objetivo continua o mesmo: fazer a vontade do Pai!
Assim, também, não é vontade de vosso Pai, que está nos céus, que um destes pequeninos se perca.
Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão...(MT 18h12min e 13)
Intenso em suas atitudes! Inconfundível!
Imediatamente ele se põe a ajustar o foco da visão obscurecida, turva, confusa de seus discípulos.
Sem discurso, sem condenação, sua atenção é ajudá-los a recomeçar. É celebrar comunhão, e não requer aparato, requinte, solenidade, apenas amor. É isto que Ele oferece o que sempre transborda amor!
Pedro ainda não superou a amarga experiência. Alma abatida. Vergonha, constrangimento. Como encontrar Jesus depois de tudo? Como?
Como agimos quando erramos? Falar o que?Somos Pedro, não é mesmo?
Mas Jesus quer nos conduzir a perspectiva de recomeçar... Ele insiste!
Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: "Simão, filho de João, você me ama realmente mais do que estes?” Disse ele: "Sim, Senhor, tu sabes que te amo". Disse Jesus: "Cuide dos meus cordeiros".
Novamente Jesus disse: "Simão, filho de João, você realmente me ama?” Ele respondeu: "Sim, Senhor tu sabes que te amo". Disse Jesus: "Pastoreie as minhas ovelhas".
Pela terceira vez, ele lhe disse: "Simão, filho de João, você me ama?” Pedro ficou magoado por Jesus lhe ter perguntado pela terceira vez "Você me ama?” e lhe disse: "Senhor, tu sabes todas as coisas e sabes que te amo". Disse-lhe Jesus: "Cuide das minhas ovelhas.
Simplesmente nos surpreende. Vemos-nos em Pedro, eu ao menos me percebo nesta situação, somos curados instantaneamente. Tudo, absolutamente tudo, passa a ser nada diante Dele, apenas argumentos com prazo de validade vencido. Ansiedade, medo, depressão, pânico, frustração, insônia, apatia, insegurança, stress, angústia acusações, erros, vergonha, decepção, se rendem diante de sua presença, se submetem a sua autoridade e são reduzidos a nada!
A visão é curada, o foco restabelecido, a noite chega ao fim, o dia amanhece!
O segredo é o encontro com Jesus e dialogar com Ele e ouví-lo.
É estar a sós com Ele, ouvir o que tem a nos dizer que nos faz perceber o quanto é incomensurável seu amor por nós, ao ponto de nos propiciar a oportunidade de recomeçar! Não é um confronto, É graça!
Naquela noite; eu, você e Pedro, fomos mais uma vez surpreendidos por Jesus!
(Jo 21:1 a 19)
Jamais esqueceremos este encontro!
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