Fragilidade...

Fragilidade...

Conforme caminhamos, observo que quanto mais me aproximo Dele, vou ficando menor. Mas isto não me incomoda, pois não é um sentimento de inferioridade, mas de dependência. Sim, vou aprendendo a depender Dele. Desfruto de liberdade e segurança. Quanto mais passo a depender Dele e viver Nele.

Algum dia Ele foi frágil?

Vulnerável, inseguro?

Apenas oito dias de vida! Cumpria-se o tempo em que deveriam levar Jesus ao templo para ser, conforme a lei, consagrado ao Senhor. Dá para imaginar a cena. Um jovem casal e seu filhinho chegando a Jerusalém, fazendo sua oferta e apresentação. Uma cena normal, mas com alguém incomum. Frágil, o bebê, oito dias de vida, carente de todo cuidado materno, vulnerável aos riscos de recém-nascido, sim; é Jesus! Na mesma cena, temos  Simeão, é a figura do velho crente e não do crente velho. Reconhece que o bebê não é frágil como parece:

Ora, havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem, justo e temente a Deus, esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele.

 E lhe fora revelado pelo Espírito Santo que ele não morreria antes de ver o Cristo do Senhor.

 Assim pelo Espírito foi ao templo; e quando os pais trouxeram o menino Jesus, para fazerem por ele segundo o costume da lei, Simeão o tomou em seus braços, e louvou a Deus, e disse:

 Agora, Senhor, despede em paz o teu servo, segundo a tua palavra;

Pois  os meus olhos já viram a tua salvação,

 A qual tu preparaste ante a face de todos os povos;

 Luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo Israel.

 Enquanto isso, seu pai e sua mãe se admiravam das coisas que deles se diziam.

 E Simeão os abençoou, e disse a Maria, mãe do menino: Eis que este é posto para queda e para levantamento de muitos em Israel, e para ser alvo de contradição,

 Sim, e uma espada traspassará a tua própria alma, para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.

Lc 2: 25 a 35.

É um momento maravilhoso e doloroso! O reconhecimento do Salvador e a certeza de sua chegada; ao mesmo tempo, louvor e dor se unem. Assim será!

Fragilidade...

Ana que não saia do templo, antes dedicara sua vida ao serviço do Senhor no templo, com jejuns e orações; há muito esperava também por este momento, vê a criança nos braços da mãe e reconhece Nele o salvador! O Messias! Nada de dúvidas, nada de prantos, adoração, gratidão. Imediatamente vai compartilhar com outros que também esperavam a redenção em Jerusalém.

Fragilidade?

Jesus tão pequeno podia até parecer frágil, entretanto revelou-se o salvador para Simeão e Ana; dois servos de um Deus que graciosamente, os privilegiava, satisfazendo o desejo de conhecerem o Messias!

Não há fragilidade em Jesus em tempo algum! Mesmo no recém-nascido Jesus!

Há força em suas atitudes, palavras, olhar e presença. Diante Dele tudo é frágil! O medo, dúvida, aflição, ansiedade, dor, enfermidade,  a longa espera,pecado. Tudo se rende a Ele! Tudo se curva! Tudo se torna pequeno, reduzido, passageiro...

A fé, o amor, a espera, a confiança se agigantam em Simeão e Ana, diante do frágil bebê!

Fragilidade que neutralizou a ação da força das circunstâncias, no momento exato e na medida certa!

Inexplicável! Como sempre Jesus muda a perspectiva.

Incomparável! Mais uma vez presenciamos a intensidade de sua presença!

Frágil! Diante dele,TUDO  é realmente frágil!